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Logo após eu ter decidido que ia tentar trabalhar em outro lugar veio a pergunta: onde?

Eu sempre fui bastante dividido em qual parte do mundo eu gosto mais. Gosto muito da Europa por conta da história, de quanta coisa nasceu e aconteceu lá e dos países serem próximos. E muita coisa ainda acontece, muitas empresas maneiras surgem por lá a todo momento. Dentre os países eu ficaria realmente encantado de poder morar na Alemanha, que é um povo que eu admiro muito; na Holanda, que eu aprendi a ver como um país lindo, uma Alemanha mais atualizada; e Inglaterra, apenas visto como “os EUA da Europa”.

Mas também tem a América do Norte, com Estados Unidos e Canadá. Os Estados Unidos é um país incrível e não é a toa que é uma potência mundial. O que a Europa tem de história os Estados Unidos está construindo de futuro. E para alguém como eu que adora essa inovação e inquietação constante, não tem como esse país não me chamar atenção. E o Canadá parece ser um dos locais mais calmos, mais tranquilos de se morar. E ainda é próximo aos Estados Unidos, ou seja, dá para visitar o Tio Sam de vez em quando.

Depois de pensar um tempo nessa questão de país, eu cheguei a uma decisão: eu não ia escolher o país, o país iria me escolher. Meu principal objetivo não é morar em um país específico, é ir para outro país, com outra cultura. Qualquer país que eu for eu vou ter a dificuldade da língua, cultura, emprego, solidão… Acho que para lidar com tudo isso, o principal seria eu estar feliz. E se eu vou para esse lugar para trabalhar, é melhor eu estar em um bom emprego. Foi assim que eu parei de pensar em qual país eu queria estar e comecei a pensar em qual empresa eu queria estar. Algo que fosse mais próximo dos meus gostos, algo que eu acredite, algo que me faça pensar “hey, isso está ajudando dezenas/centenas de pessoas”. É nesse lugar que eu quero estar, independente do país que ele esteja.

Intercâmbio

Uma coisa engraçada que aconteceu nessa época que me pareceu como um sinal de continuar foi a oportunidade de intercâmbio que apareceu. Em nenhum momento eu tinha pensado nisso, mas por conta da faculdade que eu estava fazendo (Engenharia da Computação na FIAP), a AIESEC me ligou e perguntou se eu estava interessado em conversar. Pelo que entendi, eles falam com vários formandos para ver se algum deles tem essa vontade de mudar, de fazer algo a mais que não terminar a faculdade e ir trabalhar. Fui lá conhecer o local, conversei com o pessoal e achei muito bacana.

Conversei com um pessoal que tinha feito intercâmbio e tinha gostado, como o José Rogério que trabalhou comigo na PTInovação. Pensei que essa podia ser uma oportunidade legal: eu ia para outro país, em teoria seria mais fácil de entrar lá para morar pois eu já estaria empregado (ou estudando), teria um suporte bacana de uma empresa. Tudo parecia bem maneiro. Só que me surgiram outros pensamentos que acabaram me afastando dessa ideia.

O primeiro era a ideia de ir para estudar - que é o mais comum em um intercâmbio. Eu estava terminando a segunda faculdade, depois de 6 anos - sendo que 3 deles foram fazendo 2 faculdades ao mesmo tempo. Mesmo para quem gosta tanto de aprender quanto eu, chega uma hora que a instituição “escola” começa a ficar chata. Ter horário, fazer trabalho, fazer prova… Eu realmente estava precisando de um tempo de descanso, sem essa pressão de aprender. Quero fazer novos cursos, mas quero aprender mais da vida real antes de tentar aplicar o que aprendo na escola.

E o segundo foi o salário. Quando me mostraram quanto alguém que fosse para lá por esse programa ia ganhar eu me senti muito mal. Veja bem, eu não sou ganancioso, nem pretendo enriquecer da noite pro dia. Mas o salário oferecido seria muito baixo até mesmo para trabalhar no Brasil (eu me lembro de ser próximo de CAD 1000). A menina me disse que o pessoal alugava quartos em pensões, que não dava realmente para esbanjar, mas era um salário que daria para se manter. O que eu mais fiquei pensando era que eu estaria em país estrangeiro, com aqueles problemas já ditos, e agora sem dinheiro. Eu teria que pedir para minha mãe me ajudar? E minha família no Brasil, quem ia ajudá-los?

Eles não me ligaram depois dessa primeira entrevista, talvez por não acharem que eu era um bom candidato mesmo. Ou talvez tenham ficado chateados quando disse que o salário era baixo para mim. De qualquer maneira, essa foi a única vez que pensei em um intercâmbio. Não seria ele a me tirar do Brasil.

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Created: 2015-07-14